Já falamos sobre mineração de criptomoedas, sobre seu crescimento exponencial e sobre seu maior gargalo: O consumo absurdo de energia elétrica que seu processamento/criptografia exige. Hora de falar um pouco sobre as alternativas que vem sendo estudas, já que não há uma nova tecnologia mais leve no horizonte e as redes blockchain, não só de moedas, não param de crescer.
O poder computacional exigido pelas redes blockchain e consequentemente o consumo de energia para fazê-lo funcionar é enorme e para piorar ele cresce a cada nova transação. Para se ter uma ideia de quão grande é o problema a energia consumida nestes processos já é maior do que o consumo anual de 159 países e se nada for feito em pouco tempo será necessário consumir a mesma quantidade total de energia consumida pelo mundo todo para efetuar estes processamentos.
Quando a tecnologia blockchain foi criada não se imaginava isso nem mesmo que fosse escalável desta maneira e embora muito venha sendo feito para tornar os processos mais eficientes estima-se que na melhor das hipóteses em 10 anos ela se torne inviável. A mineração da rede Ethereum consome 4.69 terawatt-hora (TWh) e a Bitcoin, menos eficiente ainda, 14.54 TWh, apenas elas consomem mais energia do que a Jordânia, a Islândia ou Síria.
A busca por alternativas mais eficientes em termos energéticos é crucial para a sobrevivência da tecnologia e para manter o mercado de mineração destas redes lucrativo. Do lado computacional engenheiros e cientistas vem buscando formas de tornar o processo mais eficiente. Em resumo em formas de aumentar o número de transações processadas em cada bloco e em diminuir o tempo gasto no processamento de cada um deles além de desenvolver novos algorítimos e criptografias mais eficientes.
Pelo lado operacional e ambiental se buscam alternativas à queima de energia de combustíveis fósseis que causam danos significativos ao meio ambiente - na contra-mão do crescimento da consciência ambiental - com a adoção de fontes de energia ecológicas tais como a energia hidrelétrica que é um dos recursos de energia renováveis mais eficazes e de baixo custo globalmente - ecológico, neutro em carbono e natural - o que muitos vem chamando de green mining ou mineração verde. Além disso é possível usar a água do processo de mineração hidrelétrica nos sistemas de resfriamento dos processadores criando um ambiente mais confiável com menor número de falhas.
Nos alpes austríacos duas irmãs que começaram minerar criptomoedas do computador de casa montaram recentemente um data center diretamente na fonte de uma hidrelétrica de Viena criando potencialmente o primeiro hydrominer ou hidrominerador do mundo. Além de cortar o custo de energia e aumentar seus ganhos elas ainda se beneficiam de água e ar mais limpos. Diversas fazendas de mineração já utilizam fontes alternativas de energia limpa e conforme este negócio continue a crescer novas técnicas devem surgir embora a energia hidráulica traga consigo grandes vantagens de segurança e seja a maior aposta do momento.
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