Nossa preguiça e não a IA é o que irá acabar com o mundo

O debate sobre a segurança da inteligência artificial é caloroso e complexo mas parece consenso que a responsabilidade por tudo que venha à acontecer é nossa e não das máquinas que criamos, o que faz bastante sentido. Que nos preocupemos com as pessoas que as criam e não com elas em sí. Eu iria um pouco além. Desenhamos e produzimos coisas, sejam quais forem, que sejam desejadas pelas pessoas. Quando criamos algo o fazemos devido à uma demanda, portanto antes de nos preocuparmos com quem as criam deveríamos pensar sobre o que andamos desejando.

Há algum tempo atrás escrevi algo sobre os futurísticos filmes Wall-E e Substitutos que nos mostram vivendo uma vida totalmente automatizada, seja por termos tornado nosso planeta inabitável ou simplesmente por opção, em busca de comodidade e segurança. Dependentes da automação e da tecnologia perdemos massa óssea - e encefálica - e nos tornamos obesos mórbidos.

A palavra ai é comodidade. Sinônimo de conforto, tranquilidade e bem-estar. No plural o que torne a vida agradável. Na contra-mão do desconforto e do incômodo. Mas quem disse que a vida tem de ser agradável? Ou qual o limite para isso? Não é o desconforto, a inquietação, que nos move? Tornar a vida agradável me soa como cuidados paliativos para ajudar pacientes terminais.

Os grandes avanços tecnológicos das últimas décadas sem dúvida nos ajudaram a evoluir mas de carona vieram novas comodidades que causam um efeito contrário em nossa evolução. O que perseguirmos, desejarmos e criarmos daqui em diante será determinante para o nosso futuro e esta responsabilidade é de todos nós, de cada um de nós. Se nossa vida irá melhorar através do progresso tecnológico ou se extinguir. 











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