Vamos Destruir Tudo Schumpeter

Você com certeza já deve ter ouvido falar na "destruição criadora". Termo cunhado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter, lá em 1942, para descrever o processo de inovação em uma recém formada economia de mercado, neoliberal e neoconservadora, onde novos produtos e empresas destroem antigos modelos de negócio como fato essencial do capitalismo. Qualquer semelhança com o momento atual e toda disrupção de que falamos não é mera coincidência. 

Embora esta figura tenha declarado que o ponto máximo da capacidade criativa de um homem seja até os 30 anos - o que pessoalmente discordo e ele mesmo tenha sido um exemplo contrário à isso dada a quantidade de material que produziu entre 1932, quando tinha 49 anos, até sua morte em 1950 enquanto lecionava Antropologia em Harvard - Schumpeter pôde vivenciar a forma mais madura do capitalismo e observar como e porquê ele funcionava melhor em alguns locais do que em outros.

Desta observação cunhou a teoria de uma economia dinâmica, evolucionista e suportada por saltos inovadores, inesperados e não lineares - ao contrário da teoria de melhoria contínua dos procedimentos defendida na mesma época por Alfred Marshall - concluindo que o crescimento ou desenvolvimento econômico se dá por mudanças espontâneas e descontínuas nos canais do fluxo, pelo rompimento do equilíbrio, tornando um "novo normal" na vida industrial e comercial, não na esfera das necessidades dos consumidores e produtos finais.

Para Schumpeter o empresário inovador seria então aquele que desenvolvesse novos produtos por meio da combinação mais eficiente dos fatores de produção nos seguintes casos: 

- Introdução de um novo bem;
- Introdução de um novo método de produção, baseado em uma descoberta inovadora;
- Abertura de um novo mercado;
- Conquista de uma nova fonte de matérias-primas e
- Estabelecimento de um novo modo de organização de qualquer indústria. 

Juntando sua teoria aos ciclos ou ondas de Kondratieff, Schumpeter defendia que as inovações também são vivenciadas em ondas - que surgem e desaparecem à exemplo da energia hidráulica, da indústria têxtil ou do tratamento do aço - durando de 40 à 60 anos, mas que tornam-se cada vez mais curtas com o passar do tempo.

Dando um fast forward para os nossos tempos a inovação se tornou uma obsessão empresarial nos anos 90 e desde então observamos três ondas delas. A primeira onda enfatizou produtos e, posteriormente, serviços. A segunda complementou a primeira com o foco em processos, ou a forma de produzir e entregar produtos e serviços. E agora passamos a dar atenção ao lado externo das empresas, enfatizando a inovação em novos modelos de negócios, formas diferentes de gerar valor e chegar ao pote de ouro tendo como direcionador a tecnologia. 






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